Seguidores

maio 31, 2009

Tudo Posso



Posso, tudo posso Naquele que me fortalece

Nada e ninguém no mundo vai me fazer desistir

Quero, tudo quero, sem medo entregar meus projetos

Deixar-me guiar nos caminhos que Deus desejou pra mim e ali estar

Vou perseguir tudo aquilo que Deus já escolheu pra mim

Vou persistir, e mesmo nas marcas daquela dor
Do que ficou, vou me lembrar

E realizar o sonho mais lindo que Deus sonhou

Em meu lugar estar na espera de um novo que vai chegar
Vou persistir, continuar a esperar e crer
E mesmo quando a visão se turva e o coração só chora

Mas na alma, há certeza da vitória
Posso, tudo posso Naquele que me fortalece

Nada e ninguém no mundo vai me fazer desistir

Vou perseguir tudo aquilo que Deus já escolheu pra mim

Vou persistir, e mesmo nas marcas daquela dor

Do que ficou, vou me lembrar

E realizar o sonho mais lindo que Deus sonhou

Em meu lugar estar na espera de um novo que vai chegar

Vou persistir, continuar a esperar e crer ...
Eu vou sofrendo, mas seguindo enquanto tantos não entendem

Vou cantando minha história, profetizando

Que eu posso, tudo posso... em Jesus!


(Composição Celina Borges)

maio 20, 2009


Eu sou tão bom,
que às vezes chego a mentir que não sou tanto,
apenas para não sufocar o outro com esse excesso de bondade.
Sou tão alegre, que às vezes dissimulo
para que o outro não
perceba
que toda a felicidades do mundo pousou em mim
e habita meu corpo como uma deusa.

Eu sou tão puro,
que às vezes tomo emprestado
um pouco da mácula do mundo,
para ficar menos divino;
Sou tão inocente, que você nem acredita
Às vezes nem eu mesmo acredito.
Mesmo quando me transformo delicioso num pirata,
ou num doce aventureiro,
o meu corpo vira um punhal que não tem corte,
mas perfume.
E minha língua, vermelha,
verbo transitivo de mim mesmo,
essa navalha de fogo que penetra teu sexo e teu coração,
é uma navalha que não tem corte,
mas doçura.

Uma navalha que não ataca, mas beija.
Que não dilacera, mas lambe.

A navalha em que minha língua vermelha se transforma
não tem corte, mas perfume.
Por isso, ela te beija, e não te fere.
Acaricia.

(Edson Marques)




Saia e respire o ar mais puro que puder. Sinta o perfume da vida. Veja as árvores, o movimento. Observe o céu, penetre no azul. Veja um pássaro em pleno vôo, e voe com ele para onde quer que seja. Olhe nos olhos das pessoas que encontrar - no mesmo sentido. Os homens mais bonitos. As mulheres mais bonitas. As vitrines. Não: não aceite convite para um café. Nem para nada ? nada! Nem pense em convidar ninguém. Passe pelas pessoas como abelha passando por margaridas em flor. Ultrapasse-as. Siga em frente. Veja a criança que passou. Troque sorrisos. Ande como estivesse passeando.

Compre então a flor mais bonita, e uma garrafa de vinho do melhor. Volte calmamente para casa e deixe o mundo no portão. Tire a roupa toda e ande nua por uns tempos, como desfilasse no Olimpo. Se o vinho for branco, ou rosé, ponha-o para resfriar um tempo, na temperatura que você prefere. Deixe uma comidinha preparada, daquela que você mais gosta, simples. Pode ser omelete de rum, com um pouquinho de caviar ao lado, ou peixe de água doce cozido em vinho branco e suco de laranja. Pode ser fatias de presunto com melão, ou arroz soltinho com caldo de feijão; ou salada de tomate com manga e agrião; ou dois ovos fritos na manteiga de cabra e cobertos com folhas de manjericão - qualquer coisa... A comida não importa qual, desde que seja boa e feita de amor. Comida, como sempre, é apenas pretexto.

O importante é você.

Troque os lençóis, coloque aqueles mais bonitos e macios, deixe a cama arrumadinha, esperando. Borrife um pouco de perfume no seu quarto, olhe-se no espelho, de frente, de lado, de costas, de dentro - e respire fundo. Acenda na sala um incenso - com fósforo, porque tem cheiro de pólvora - talvez um Poem, indiano, e espete a varetinha numa laranja madura. Ponha aquela música de que você mais gosta. Uma vela comprida e azul no castiçal de bronze. Desligue o telefone e todas as campainhas que houver no teu mundo.

Livre-se de tudo o que for supérfluo.

Tome então um banho demorado, com teu sabonete preferido. Cante alto no banheiro. Quando terminar, passe as mãos pelo corpo, como fosse para tirar-lhe todas as gotas de água que houver, espécie pura de massagem carinhosa. Enxugue-se com a melhor toalha. Maquiagem leve, baton discreto, o melhor perfume, aquele que lhe traga as mais deliciosas lembranças. A calcinha de algodão. Vista uma roupa linda, fresca, leve, macia. Prepare-se como se fosse a uma festa no teu corpo, uma festa onde a tua alma vai hoje ser rainha. Descalça, como deusa sorridente ao sair de um labirinto.

Respire mais fundo...

O vinho, que já fora escolhido com amor, deve agora ser aberto com mais amor ainda. Se possível, uma taça de cristal tcheco. Se não tiver, serve uma dessas francesas, grande. Ou um simples copo, transparente, bem lavado. Sirva delicadamente. Sente-se. Levante o copo contra a luz. Sinta a temperatura do vinho, sua cor, o seu cheiro. Esmague o vinho com a língua no céu da tua boca, como se esmagasse um cacho de uvas maduras num vinhedo do sul em dia de sol de primavera. E sinta o sabor.

Nenhuma expectativa. Ninguém vai chegar. Você já cuidou para que ninguém chegue nos próximos dois mil anos.

A festa é para uma só pessoa.

Você tem agora todo o tempo do mundo. Porque, se você não tiver todo o tempo do mundo, não adianta. (Se você tiver pressa vá fazer outra coisa!) Então arrume a mesa como se fosse a própria Babette. Um prato, um talher, um guardanapo de linho. A flor que você trouxe, num vasinho de cristal - ou numa garrafa vazia de qualquer coisa, tanto faz. Mas é indispensável a flor ao lado da vela. Todas as outras luzes apagadas. Acenda outro incenso. Baixe o volume da música. Nenhuma chance de que possa haver interrupção dessa liturgia de amor. Nenhuma possibilidade de haver intervenção do horror. Toda a atmosfera envolve então o teu corpo - e o consagra. À alma, ao vinho, ao silêncio - à vida! Você está com a consciência à flor da pele: seria capaz até de ouvir uma mosca tossir.

O ar fresco que penetra pela janela e levanta um pouco a cortina. Um cachorro late lá na rua, na esquina. Você se lembra de certas coisas que estão longe, e de outras que estão perto. Pega o talher como pegasse um violino, começa a comer, sem pressa alguma. Sem barulho. Mastiga demoradamente, sente o gostinho real daquilo que logo fará parte do teu corpo, do teu sangue.


E bebe o vivo, também sem pressa, como estivesse deitada num altar católico, olhando você mesma no teto da Sistina.

E sorri.

Por dentro, um festival de gostosuras.

A vela está balançando as sombras vivas das coisas livres. Você fica à mesa o tempo que quiser. Quando se der por satisfeita, leva para o quarto o castiçal, a flor, o silêncio, a vida. E a garrafa com o vinho que sobrar. Deita-se do modo mais confortável. Nenhuma expectativa, só o coração pulsando de alegria. Tira a roupa devagar, passa óleo de amêndoas no teu corpo, respira fundo duas ou três vezes. As mãos, bailarinas que deslizam pelos seios, dançam o que há de melhor. Acariciam. Então você enfia a mão direita por dentro da calcinha, sente o monte de Vênus, a floresta de pêlos macios, desbrava essa incógnita que atende pelo nome de menina. Passa os dedos leves nos seus lábios úmidos de amor, espalha delícias por todos os pontos.

(O dedo médio pode ser o máximo!)

Olhos fechados, você vai coleando, movendo-se numa coreografia de cobra em êxtase. Caminha até o topo da pequena montanha. E vai se tocando como se música. Devagarzinho... Você vai se amar como nunca - como sempre. Tua mão esquerda desliza pelos seios, umbigo, garganta, clavícula, boca. E a música crescendo, de tal forma que se pode ouvir teu sangue correndo por sob a pele. Há um rio dentro agora de você - fluente.

E que logo vai transbordar.

De alegria.

De prazer...

De tesão
.

Você então viverá o maior orgasmo da tua vida.

(...)

Com certeza, você viverá hoje o mais belo sonho possível nos braços abertos do Amor, antes de seguir - livremente - em direção ao infinito de todas as coisas.

Edson Marques.
No livro:
Solidão à Mil.

maio 17, 2009

Homem de cor




Escrito por uma criança africana….

Quando eu nasci, eu era negro.
Quando você nasceu, você era rosa.

Quando eu cresci, eu ainda era negro.
Quando você cresceu, você ficou branco

Quando eu pego sol, eu fico negro.
Quando você pega sol, você fica vermelho.

Quando eu sinto frio, eu continuo negro.
Quando você sente frio, você fica azul.

Quando eu tenho medo, eu fico negro.
Quando você tem medo, você fica verde.

Quando eu adoeço, eu fico negro.
Quando você adoece, você fica amarelo.

Quando eu morrer, eu vou permanecer negro.
Quando você morrer, você vai ficar cinza.


E é você que me chama de Homem de cor?