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abril 30, 2007

No Futuro (2003)

Sempre gostou de contar dinheiro.
Vivia cantando e contando.
Adorava os extratos crescendo, os juros das contas remuneradas, os aniversários das cadernetas...
O que podia, economizava para ver o montante crescer.
Nunca ia ao cinema, evitava comer fora, não aumentava a mesada dos filhos há 3 anos...
Na última vez que fora ao supermercado com a esposa, acabou o casamento.
Desde então, solitário, seu estado foi se agravando.
Começou a emagrecer pois comprava menos comida.
Chegou a alugar o próprio apartamento e foi viver na rua.
Quando seu filho o encontrou, estava morando sob o viaduto do Méier, cercado de mendigos. Esse foi o limite.
Interditaram judicialmente o pobre homem e gastaram todo o seu dinheiro.
No hospital psiquiátrico, ele passou o resto da vida guardando todo o tipo de quinquilharia.
- Temos que pensar no futuro..., dizia.
Morreu em dois anos.

Fabio Rocha

FUGA


Estou fugindo
fugindo de mim mesma
deixando atrás de mim
um mundo vazio
oco de esperança
um mundo sem sol
sem lua sem murmúrio de rio
sem riso de criança
Vou andando sozinha
na noite sem lua
em busca de um mundo melhor
um mundo azul
com flores
com frutos que fale de vida
de mãos se encontrando
que fale de amor.

Mara Camargo

abril 28, 2007

Canção a Luana


Canção a Luana


Vi você chegar
Chorar e depois sorrir,
Segui seus primeiros passos,
segurei suas mãos para não cair,
Escutei o seu choro dengoso e
enxuguei suas lágrimas de criança,

Com você cantei e dancei,
Me fiz berço para você dormir,
Embalei seu sono,
Mergulhei no mundo encantado das bruxas e fadas para você adormecer.

Pedi ao mundo para não ser cruel,
A mãe natureza para ser teu sustendo,
Ao Menino Jesus para te cuidar.

Cresce menina
Mas deixa comigo
seu jeito faceiro e inocente de criança feliz
Até eu adormecer.


Lu Barros

UM DIÁRIO PUBLICADO



“VOANDO PELO CÉU AZUL”
por Eluza Barros.

“VOANDO PELO CÉU AZUL” É O RELATO DA CURA, DO MILAGRE, DA VITÓRIA.
TUDO ISTO NOS FOI CONCEDIDO.
NÃO PODERÍAMOS DEIXAR DE TESTEMUNHAR A GRAÇA RECEBIDA, ACOLHIDA NOS NOSSOS CORAÇÕES E PRINCIPALMENTE AGRADECER A NOSSA INTERCESSORA “MADRE CLÉLIA”, CHAMADA TÃO CARINHOSAMENTE POR NOSSA MÃE DE “MINHA AMIGUINHA”, A QUEM ATRIBUÍMOS A AUTORIA DO MILAGRE.

“VOANDO PELO CÉU AZUL” NASCEU DE UM TEMPO DE DOR E SOFRIMENTO, DA CORAGEM DE UMA MULHER QUE ENFRENTOU DE FORMA SINGULAR A LONGA ENFERMIDADE DE SEU AMADO E ETERNO COMPANHEIRO “meu filho”, TAMBÉM POR ELA CARINHOSAMENTE CHAMADO.
ELA TUDO ESCREVEU EM UM DIÁRIO, DIA APÓS DIA
, UM SIMPLES MONOLÓGO ONDE A PRINCIPAL VOZ ERA A DO SEU CORAÇÃO.
A LEITURA DESTE DIÁRIO NOS LEVA A ENTENDER O VERDADEIRO SENTIDO DA VIDA: O “AMOR” VISUALIZADO SOB A ÓTICA DA FÉ E ESPERANÇA.
ESTE PEQUENO DIÁRIO NASCEU DA FORÇA E DESPREENDIMENTO DE UMA MULHER, ESPECIAL PARA NÓS E PARA DEUS, DIVINA EM SUA CONDUTA DE ESPOSA E MÃE.
ELA É ATÉ HOJE NOSSO ESTEIO E CONTINUA ABRINDO NOSSOS CAMINHOS COM FORÇA LEONINA QUE SÓ O AMOR DE MÃE É CAPAZ.
A LEITURA MESCLADA DE DOR E SOFRIMENTO FAZ-NOS TER A CERTEZA DA EXISTÊNCIA DO AMOR NA SUA FORMA INTRÍNSECA, ESSENCIALMENTE PURO, FIEL, ÉTICO, DELICADO, CARIDOSO E COMPANHEIRO.
É, SEM DÚVIDA, PARA NÓS UMA LIÇÃO DE VIDA.
É O ENSINAMENTO DO AMOR NÃO VERBALIZADO, MAS, POSTO EM AÇÃO QUE CONCRETIZA A FIDELIDADE ÀS PROMESSAS DO CASAMENTO PERFEITO ENTRE UM HOMEM E UMA MULHER.

TEMOS ORGULHO DE SABER QUE SOMOS E FAZEMOS PARTE DESTE PROCESSO, COMPARTILHANDO DA ALEGRIA DE VIVENCIAR O MILAGRE E PROCLAMÁ-LO, CUMPRINDO A PROMESSA FEITA A MADRE CLÉLIA.
NOSSOS AGRADECIMENTOS VÃO A ELA QUE NOS GUIA E CONFORTA ... NOSSA AMADA MÃE
.

DESPEDIDAS..., por Eluza Barros

A JOÃO E
DAYSE,

Para sempre ficarão guardados na lembrança os dias ensolarados de domingo que ao redor de uma mesa familiares comiam e bebiam, saboreando e brindando o simples fato de estarem juntos, dividindo momentos únicos.
Domingos agora registrados nas fotografias, presentes na memória, armazenados no coração.
Lembranças de dias que se foram, mas o tempo e a distância não vão apagar.
Felizes domingos se foram, felizes domingos virão...
Naqueles domingos sua casa era ponto de encontros, chamados ou não, sempre muito bem recebidos não havia o protocolo do convite. Dizem que família é bonita em porta retratos decorativos ou em álbuns de família, não é o nosso caso, temos nossas diferenças, claro, afinal somos muitos, seria hipocrisia dizer que somos a família perfeita, mas, podemos dizer que somos quase..., nos aproximamos da família ideal, porque não? A união tem sido nossa tônica. Estaremos sempre unidos pelo elo maior – mamãe e na lembrança do nosso pai já adormecido.
Por trás de nós existe "AMOR", berço de cada um, a videira que produz bons frutos, árvore da nossa família, da qual particularmente me orgulho muito.
Em breve nos encontraremos para presenciar uma data especial, o lançamento do livro da nossa mãe, o registro de uma história de amor que avançou pelo tempo e venceu a dor, e um dia será contado pelos nossos filhos aos nossos netos e assim por diante, eternizando a família de Onofre/ Elza, e seus 12 "rebentos".

Beijos da mana que sente saudades dos "domingos ensolarados" e cheios de energia.
23 de outubro de 2006.

abril 27, 2007

VIOLÊNCIA NAS RUAS


02.03.2007
Clima de urgência nas ruas


Alexandre Garcia:

No Congresso, há muitas propostas para a área de segurança, pouco consenso e mais uma semana se passou com quase nada aprovado. Enquanto os parlamentares discutem prioridades, o clima nas ruas é de urgência.
Em São Paulo, Priscila Aprígio, de 13 anos, esperava o ônibus e teve o corpo atravessado por um tiro de um assalto a banco. A bala lesou um rim e a medula, e o pai dela diz que só por um milagre Priscila volta a caminhar. Ela ainda poderia dar milhões de passos por uns 60 anos.
Enquanto ela estava em coma em São Paulo, em Brasília a Ordem dos Advogados do Brasil ia aos presidentes da Justiça Eleitoral, da Câmara e do Senado com questões relevantes e atuais: financiamento de campanha com os nossos impostos; voto em listas fechadas partidárias; fim das coligações; e fidelidade partidária.
Depois disso, Priscilas não serão mais baleadas, nem meninos seqüestrados, ou queimados em porta-malas ou arrastados pelas ruas. No Rio Grande do Norte, um adolescente de 17 anos conheceu uma mulher de 45 anos na internet, levou-a ao motel e depois, com o primo de 18 anos, a torturou para obter a senha do cartão e a mataram a pauladas. Eu não posso dizer o nome do adolescente de 17 anos porque a lei diz que ele é inimputável. Ele pode roubar, torturar, fazer sexo e matar, mas não pode ser chamado de criminoso.
O Senado adiou a discussão sobre idade penal, e na Câmara foi abandonado o projeto que elimina a prescrição da pena enquanto era arquivado, em pleno dia do julgamento em Brasília, o processo de erro médico que causou morte cerebral de uma moça, porque se passaram quatro anos.
Perto do Congresso, dois jovens, no centro de Brasília, assaltavam um escritório fazendo cinco reféns. Não estavam longe do Palácio do Planalto, onde o presidente Lula dizia que não se deve decidir quanto ao crime sob emoção. Mas já não é emoção: é comoção.

Ao assistir essa matéria no Bom dia Brasil pensei nas Priscilas, nos Joãos, nas Marias ainda que virão. Eles não estão tão longe de nós , amanhã poderemos estar falando de um filho, parente ou amigo. O mundo real está aí nas ruas, na sombra, na escuridão da noite, nas esquinas, alternando com o dia, nos sinais, nas lojas, nos supermercados, nos estabelecimentos comerciais, nos bancos. Seja lá aonde formos poderemos nos deparar com eles. O medo, o receio, por que não dizer o pavor se faz nosso par. Eles, nossos monstros da infância são hoje nossos carrascos. E pensar que tão pouco ou quase nada tem sido feito para dar a sociedade o que se espera de um país livre, democrático, ou que se diz como tal, que abrigue e proteja seus filhos com o paternalismo necessário. Senti o tom emocionado do discurso em que o jornalista Alexandre Garcia apontava os assuntos que naquele momento estavam sendo tratados COMO PRIORITÁRIOS, junto ao Senado e a Câmara : “financiamento de campanha com os nossos impostos; voto em listas fechadas partidárias; fim das coligações; e fidelidade partidária”, enquanto pessoas comuns eram assassinadas, estrupadas, roubadas , violentadas, reféns do crime, da maldade de bandidos que nem sequer se preocupam mais em esconder seus rostos. Isso não é prioridade. Na Câmara dos Deputados tramitam morosamente projetos de combate à criminalidade, resta-nos esperar que efetivamente desmontem as quadrilhas, o crime organizado e por fim o medo da população, devolvendo aos verdadeiros donos as calçadas, as esquinas, as ruas e a paz de acordar e encontrar seu filho no quarto tranquilamente dormindo.

abril 26, 2007

A você mulher...

"Mulheres são tecelãs.
Tecem sonhos com fios de lágrimas.
Mulheres são tecelãs, tecem vidas em suas barrigas, com esperanças e alegrias infantis.
Mulheres são feiticeiras.
Inventam magias e encantamento e atraem e cativam com um simples olhar.
Mulheres são meninas.
Acreditam em príncipes e finais felizes.
Mulheres são guerreiras.
Enfrentam a luta com galhardia e não esmorecem, mesmo quando cansadas.
Mulheres são sábias. Trazem em si toda a sabedoria do mundo, ao repartir, entre os filhos, o pão, o carinho e o próprio tempo.
Mulheres são especiais.
Mulheres são anjos.
Mulheres são mães, a mais perfeita tradução do mistério da eternidade.

autor desconhecido

Descobertas ... questões de foro intímo, por Eluza Barros

DESCOBERTAS... QUESTÕES DE FORO INTIMO,
por Eluza Barros

DESCOBRI QUE PODERIA VIVER COM MAIS INTENSIDADE.
INFAME DESCOBERTA QUE ME DEIXA ASSUSTADA, MELANCÓLICA, TRISTE.
ESQUECI QUE VIVER NÃO É APENAS PERMITIR QUE OS ANOS PASSEM, QUE A VIDA ACONTEÇA SEM MUDANÇAS PROFUNDAS...
AO LONGO DOS ANOS CAMINHAMOS NO ESCURO, ÀS CEGAS, PASSANDO POR REPETIDOS ERROS, OCULTANDO NOSSOS TALENTOS QUANDO NÃO PERMITIMOS AFLORAR AS COISAS BOAS QUE INDUBITAVELMENTE SOMOS POSSUIDORES.
DEIXAMOS SEMPRE PARA AMANHÃ AS MUDANÇAS NECESSÁRIAS, SEJA POR COMODISMO OU MEDO QUE QUALQUER TRANSFORMAÇÃO POSSA TRAZER, APESAR DE SABER QUE PODEMOS FAZÊ-LAS EM QUALQUER IDADE, A QUALQUER MOMENTO.

É COMO SUGAR O SUCO DA LARANJA E JOGAR FORA O BAGAÇO SEM ESPREMÊ-LA.

DEIXAR A VIDA SIMPLESMENTE ACONTECER IMPEDEM DESCOBERTAS.

ELA NOS COBRA MAIS CEDO OU MAIS TARDE, FAZ EXIGÊNCIAS...
ENCONTRAR SEU EU É OBTER O EQUILÍBRIO, É TER A FORÇA DO COMANDO NAS MÃOS, É SABER CONDUZIR, É INTERVIR.
DESCUBRO QUE O UNIVERSO QUE NOS RODEIA ESTÁ ALÉM DO QUE OS OLHOS PODEM ALCANÇAR, OCUPAMOS POUCO ESPAÇO E SOMOS PEQUENOS PORQUE NOS FAZEMOS PEQUENOS.
É PRECISO RETIRAR AS VENDAS, OU MELHOR É HORA...
CUMPRINDO MEUS ANOS COMEÇO A FAZER DESCOBERTAS, ALGUMAS ME FRUSTAM, OUTRAS ME ALEGRAM, OUTRAS ME SURPREENDEM.
SIGO EM FRENTE... PERCEBO LIMITAÇÕES, MAS, CONSCIENTE DE QUE É PRECISO UM OLHAR INTERIOR QUE PERMITA NOVO COMPORTAMENTO ATRIBUINDO QUALIDADE AS DECISÕES.
DIANTE DO VÉU QUE SE RASGA, DA CEGUEIRA INTERROMPIDA, IMPOSSÍVEL SE FAZ VOLTAR A PÁGINA DA HISTÓRIA PESSOAL, O TEMPO SE ESVAIU.
CONTUDO, O MOMENTO É O AGORA, E O AMANHÃ O FUTURO CONSCIENTE.


NÃO MAIS HAVERÁ DE SER JOGADO O BAGAÇO SEM ANTES EXPREMER EXAGERADAMENTE A LARANJA.

abril 25, 2007






GUADALUPE
janeiro de 2007,
Por Eluza Barros


Mar verde calmo, sol forte de verão e muito calor.
O amanhecer é despertado pelo sol que estende seus braços luminosos numa saudação ao novo dia.

Os raios dourados de luz invocam o acordar nas primeiras horas da manhã e em parceria com o mar traz a energia em dose única para atender seu chamado.
Praia e sol, combinação perfeita.
A natureza triunfa em seus coqueirais e árvores frutíferas que se intercalam entre muitas mangueiras e fartos cajueiros, freqüentemente visitados por sagüins que salteiam entre uma e outra num vai e vem incansável.
Espaço fantástico, lúdico.
Guadalupe oferece gostosos banhos nas águas mornas do mar, passeios às piscinas naturais, a boa e velha pescaria tão cobiçada pelos maridos, à volta deles para suas mulheres, o prazer de degustar frutos do mar num saboroso caldinho de lagosta, polvo e aratu no bar do Chevrolet, do peixe com batatas fritas da “Menininha”, da cerveja gelada, do arroz de polvo, camarão ao alho do "mestre" Elias, do bolo verde da solícita Stael, das massas e pizzas da dupla Rena e Cris.
Entre tantos prazeres, disputas de dominó e canastra, cochilos na rede e para os adeptos uma boa leitura.
Solidárias refeições ao ar livre, numa junção de mesas e cadeiras, pratos, copos, talheres, e boquinhas famintas.
Barulho na piscina, jogos e muita brincadeira, reúnem a juventude bronzeada.
Aconchego nos abraços e beijos carinhosos da pequena Bibita, sempre feliz, meiga, linda, reflexos da inocência de uma criança sinalizando um tempo melhor.
E assim, sem horários programados, os dias aqui se passam sem compromissos, “No Stress”.
Por fim, ao anoitecer o deleite de observar a lua cheia chegando, enquanto o sol se rende a beleza da noite sob a luz prateada do luar.

Essa é Guadalupe.








abril 24, 2007

Em homenagem a uma amiga extrovertida, divertida, sensível, e sobretudo uma linda mulher. A você Cláudia, que em tantos momentos tem sido mais lúcida dos que aqueles que não acreditam na sua lucidez e mais sensata dos que a julgam ao contrário, a voçê falta apenas acreditar mais em si própria se permitindo ser um pouco Narcisista na medida certa. Sucesso amiga em todos os seus empreendimentos porque é merecedora.


"POEMA EM LINHA RETA"

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Fernando Pessoa

TOQUE DE ELEGÂNCIA, por Henri de Toulouse-Lautrec



*Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há nenhuma festa nem fotógrafos por perto.

É uma elegância desobrigada.É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.Nas pessoas que escutam mais do que falam.E quando falam, passam longe da vida alheia, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao dirigirem-se a opositores, por exemplo.Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.É possível detectá-la em pessoas pontuais.Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está a falar e só depois manda dizer se está ou não está.Oferecer flores é sempre elegante.



É elegante não ficar espaçoso demais.É elegante você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para fazê-lo... porém, é elegante reconhecer o esforço, a amizade e as qualidades dos outros.É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.É muito elegante não falar de dinheiro em conversas informais.
\nÉ elegante retribuir carinho e solidariedade.É elegante o silêncio, diante de uma rejeição...Apelidos, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.É elegante o silêncio, diante de uma rejeição...Apelidos, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.É elegante a gentileza.


Atitudes gentis falam mais que mil imagens... Abrir a porta para alguém é muito elegante... Dar o lugar para alguém sentar... É muito elegante... Sorrir sempre é muito elegante e faz muito bem à alma... Oferecer ajuda... é muito elegante... Olhar nos olhos, ao conversar é essencialmente elegante...Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os desafetos é que não irão desfrutá-la.
*Henri de Toulouse-Lautrec ficou famoso como artista boémio do Moulin Rouge. Ele captou o espírito e a emoção da "belle époque" em Paris, através das suas gravuras.






Caros amigos, hoje estou iniciando um caminho novo, inesperado até. Quando poderia imaginar - eu, simplesmente eu, postando alguns dos meus escritos, até então particulares, muitos deles confidenciais até, confesso que me sinto um pouco insegura, afinal, serão objeto de críticas, as quais estou aberta, é claro.
Confesso que fui impulsionada a abrir esse espaço por insistência de meus filhos e é em homenagem a eles que faço, para tanto convido a todos a compartilharem dessa página que pretendo levar a frente como uma contribuição aos que buscam como eu alternar alegria e prazer através da reflexão deixando escutar a própria voz e a voz do outro. Sejam bem vindos!