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junho 30, 2007

MULHER AO ESPELHO

Hoje, que seja esta ou aquela, pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.
Já fui loura,
já fui morena,
Já fui Margarida e Beatriz,
Já fui Maria e Madalena,
Só não pude ser como quis.
Que mal faz,
esta cor fingida
do meu cabelo,
e do meu rosto,
se tudo é tinta: o mundo,
a vida,
o contentamento, o desgosto?
Por fora,
serei como queira,
a moda, que vai me matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada,
não me importa quando.
Mas quem viu, tão dilacerados,
olhos, braços e sonhos seus,
e morreu pelos seus pecados,
falará com Deus.
Falará, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho.

Cecília Meireles
publicado em Mar Absoluto - 1945

junho 26, 2007

Se não for agora, quando?, por Edson Marques


Tem hora
de parar e tem
hora de partir
tem hora
de perma
necer
quieto
e calado
num canto,
e tem hora
de cantar
e de voar.
E agora,
agora não é hora
de dobrar
as asas,
nem de calar a voz,
nem de catar gravetos
para fazer o ninho.
Agora não é hora
de sentir remorsos,
nem de buscar
consolo,
nem de caiar o túmulo.
Agora que estou na beirada,
bêbado de alegria,
pronto para o salto,
não me segure em nome de nada.
Não queira impedir-me dizendo que é muito cedo,
ou que é muito tarde,
ou que está escuro,
é perigoso,
muito alto,
muito fundo,
muito longe... Não!
E se você não puder incentivar-me para o salto,
ou até mesmo empurrar-me com amor em direção à Vida,
não me prenda,
não me amarre.
Não envenene com teu medo a minha dança.
Seja só uma testemunha silenciosa desta vertigem.
Porque agora,
agora é hora de voar,
agora é hora de abrir-me a todas as possibilidades.
E voar um vôo livre e sem destino para dentro de mim mesmo.

Eu sou uma Mulher

Eu sou uma Mulher
poema de Marina Colassanti


Eu sou uma mulher
que sempre achou bonito
menstruar
Os homens vertem sangue
Por doença
Sangria
ou por punhal cravado,
rubra urgência
a estancar
trancar
no escuro emaranhado das artérias
Em nós
O sangue aflora
Como fonte
No côncavo do corpo
Olho d´água escarlate
Encharcado
de cetim
Que escorre
Em fio
Nosso sangue se dá.
De mão beijada
Entrega-se ao tempo
como chuva ou vento.
O sangue masculino
tinge as armas
e o mar
empapa o chão
dos campos de batalha
respinga as bandeiras
mancha a história.
O nosso vai colhido
Em brancos panos
Escorre sobre as coxas
Benze o leito
Manso sangrar sem grito
Que anuncia
A ciranda da Fêmea.
Eu sou uma
mulher
Que sempre achou bonito
Menstruar
Pois há um sangue
Que corre para a morte.
E o nosso
Que se entrega
para a LUA.

junho 18, 2007

Canção das Mulheres

"Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida, não porque lá está a sua verdade mas talvez seu medo ou sua culpa.
Que se começo a chorar sem motivo depois de um dia daqueles, o outro não desconfie logo que é culpa dele, ou que não o amo mais.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde dizendo "Olha que estou tendo muita paciência com você!
"Que se me entusiasmo por alguma coisa o outro não a diminua, nem me chame de ingênua, nem queira fechar essa porta necessária que se abre pra mim, por mais tola que lhe pareça. Que quando sem querer eu digo uma coisa inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha e nem me ridicularize.
[...] Que se eu eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro - filho, amigo, amante, marido - não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa:vulnerável, forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa -
uma mulher"
(por lya luft).

junho 14, 2007

AMANHECER

Quero nascer de novo cada dia que nasce.
Quero ser outra vez novo,
puro,
cristalino.
Quero lavar-me,
cada manhã,
do homem velho,
da poeira velha,
das palavras gastas,
dos gestos rituais.
Quero reviver a primeira manhã da criação,
o primeiro abrir dos olhos para a vida.
Quero que cada manhã,
a alma desabroche do sono como a rosa do botão,
e surja,
como a aurora do oceano,
ao sorriso dos teus lábios,
ao gesto de tua mão.
Quero me engrinaldar para a festa renovada
com que cada dia nos convidas
e desdobrar as asas como a águia em demanda do sol.
Quero crer
a cada nova aurora,
que esta é a definitiva,
a do encontro com a felicidade,
a da permanência assegurada,
a de teu sim definitivo.
(Chico Xavier)

junho 13, 2007

Desencontros

Com que voz me chamastes
se não te ouvi,
com que olhos me olhastes
se não te percebi,
o que dissestes
se emudeci,
o que fizestes
que não te notei,
que parte do meu corpo tocastes
se inerte me senti,
a quantos mares andastes,
quantas luas virastes
em que língua falastes?
tens a voz do trovão ou a doce voz da chuva,
onde eu estava que não te encontrei,
que não me toquei,
ensurdeci,
calei,
ceguei,
adormecida fiquei,
em que minuto te perdi
te procuro e não te acho,
de onde vem tua voz,
qual o teu país,
em que rua tu moras,
que fazes,
quem és tu ?
onde estás nesse momento?
não posso te rejeitar,
não preciso mais calar,
desejo te encontrar, amar
para não mais te perder.

junho 12, 2007

Um menino... Um piano...




Lizt, agora, o brilhante; o piano arde..

Beijos alados...ecos de fanfarras..


.
Pétalas dos teus dedos feitos garras..
.
Como cai em pó de oiro o ar da tarde!.
..
..( in Florbela Espanca, SONETO)



No silêncio de fim de tarde de um domingo, entre paredes luxuosas de uma sala neoclássica no andar de cima do Teatro Santa Isabel, a luz do crepúsculo por entre as frestas da janela sob o piano, por ele debruçado, um menino de inegável talento dedilhava harmonicamente melodias que encantavam a platéia.
No ar a sonoridade acústica do piano enchia o lugar com músicas eruditas acompanhadas com pequenos toques personalizados nos arranjos em algumas músicas apresentadas.
Harmonia de notas musicais suficiente para fechar os olhos e experimentar o sabor de Luiza (Tom Jobim), Asa Branca (Luiz Gonzaga), Bachianas n.4 (Villa Lobos), Dança do Índio Branco (Villa Lobos), entre outras.
Vale a pena ver o vídeo aqui exibido e conferir Vitor Araujo, que aos 17 anos tem encantado e conquistado os apreciadores da boa musica.




"a arte é pura em sua essência, não me preocupo com que os "entendidos" acham, a força de elo entre arte - público é mais forte do que caminhos pré-fabricados". (Vitor Araújo)

“O intérprete também é artista. E não existe arte sem criação” (Vitor Araújo)

Refinamento precoce

Não é de hoje que Vitor Araújo assombra os músicos do Recife com sua habilidade ao piano. Aos 11 anos e apenas dois semestres de estudos no instrumento, executou Invenção a duas vozes número 2, de Bach, e conseguiu ser indicado para representar o Conservatório Pernambucano de Música no concurso da Fundação Magda Tagliaferro, em São Paulo, o maior do país. Lá, obteve a segunda menção honrosa para pianistas de sua idade e começou a chamar atenção no meio. O episódio é relevante. A obra do compositor alemão Johann Sebastian Bach é considerada das mais profundas e sofisticadas da música erudita. Não costuma ser apropriada a novatos. Quando a executou, Araújo havia lido a partitura e praticado algumas vezes. Para espanto geral, demonstrava técnica refinada. Normal seria que o fizesse “caçando borboletas”, como os músicos se referem ao modo de procurar as teclas do piano quando ainda não se tem domínio sobre elas. Mas não foi só isso. Na época, a seleção dos jovens pianistas do conservatório ficou a cargo de Eliana Caldas, a mais consagrada especialista no instrumento em Pernambuco. Na audição, Araújo “pulou” algumas frases da partitura. Caldas perguntou o motivo. Ele respondeu: “Essa música foi escrita para cravo. Minha professora aconselhou a não tentar fazer as variações no piano.” “Mas você sabe?”, questionou Eliana. “Sei sim”, o garoto retrucou. E tocou a obra completa. Queixos caíram no auditório. No início do ano, Araújo foi admitido na Faculdade de Música da Universidade Federal de Pernambuco. Passou em primeiro lugar no vestibular. E, quase como um mantra, repete o argumento com o qual se defende das acusações de subversão musical: “O intérprete também é artista. E não existe arte sem criação”. (matéria publicada no Correio Brasiliense em 22 de março de 2007 - caderno cultura, jornalista Ugo Braga).




junho 07, 2007

Da tua solidão

Hoje, uma homenagem a um grande amigo e cunhado, álguem com grande sensibilidade intuitiva, coroado com áurea de um anjo de Deus. Deixo postado aqui esse poema de sua autoria como selo de uma grande amizade e afeto.

Da tua solidão...

Hoje o tempo demorou a passar...
tu estavas triste! o motivo exato, não sei.
Condenava o mundo à tua volta; teu olhar...
abatendo teu semblante, - juro! Estranhei...

As horas não marcadas pelos ponteiros
escondiam em uma máscara, teus medos.
Por onde andavas? Sem a paz dos mosteiros
que Deus te deu à sombra dos arvoredos...

Sentidos de dor plena se consolidam,
fazendo o tempo um inimigo ermitão
que no claustro do pensamento acoitam a ação.

Te falo; não ouves meu grito pedinte!
Tu gritas; não ouço teu clamor de solidão!
É dor só, invocamos a lágrimas que resiste fluir.


(em nossos caminhos que rejeitam o tempo conducente)

(por Valter Gomes)





junho 05, 2007

VALORIZANDO NOSSAS RIQUEZAS

Semana do Meio Ambiente

O que pode ser feito, além da reciclagem?

Reduzir, Reutilizar e Reciclar são conceitos que, uma vez implantados na nossa rotina, farão uma grande diferença no meio ambiente em que vivemos.
Reduzir:

O antônimo de desperdício é economia. Não faz sentido usar mais do que se necessita. Às vezes não percebemos isso e não fazemos conta dos prejuízos que decorrem desses atos para nós mesmos e, no caso em questão, para todo o ecossistema. Observe que atitudes simples podem evitar o desperdício, gerando economia:
- Evite pegar mais saquinhos dos que os necessários no mercado;

- Deixe de valorizar embalagens supérfluas que fazem um grande volume para chamar a atenção ou são difíceis de reciclar;

- Estude o uso de objetos duráveis no lugar dos descartáveis;

- Revise texto no computador antes de imprimir;

- Não aceite folhetos na rua ou no carro, se não forem do seu interesse;

- Seja racional no uso da água quando for tomar banho, ao escovar os dentes, fazer a barba, lavar o quintal ou o carro. Torneira aberta sem uso é água limpa que vai para o esgoto;

- Desligue a luz do ambiente onde não houver ninguém;

- Não ponha no prato mais do que você vai comer e não faça comida para jogar fora;

- Pesquise receitas de alimentos a base de cascas de frutas e talos e folhas de verduras.

Reutilizar:

Aqui a criatividade conta muito, é um estímulo para reduzir o lixo e fazer economia:

- Use as duas faces das folhas de papel para escrever ou imprimir;

- Reaproveite envelopes, sacolas, papéis de embrulho, saquinhos de supermercado e embalagens;

- Use frascos, potes, garrafas, caixas e vasilhas para guardar utensílios;

- Aproveite a água com sabão que foi usada para lavar roupas, lavando o quintal ou a calçada;

- Conserte aparelhos elétricos ou mecânicos antes de comprar novos;

- Reforme roupas, calçados e móveis;

- Quando finalmente for repor objetos por novos, troque-os em brechós, sebos ou faça doações para outros utilizarem.

Valorize os reciclados.

É importante não ter preconceitos com os reciclados. Usamos, sem saber, muito material reciclado - roupas, calçados, tapetes, pias, embalagens, pregos e muitos outros. Além disso, os negócios gerados a partir da reciclagem estão fazendo aparecer produtos similares aos que são feitos com matéria prima virgem e merecem nossa atenção. Valorize e considere com carinho a aquisição de produtos reciclados. Hoje temos uma imensa população habitando o planeta, ainda que de forma heterogênea. Uma população que consome muito e que, portanto, usa e produz materiais que são descartados.

Temos, o quanto antes, que destinar corretamente esses resíduos, redirecionando o volume do lixo produzido para a manufatura de novos produtos. Mais do que uma moda ou uma preocupação com o meio ambiente, a reciclagem está se transformando em uma nova concepção de negócios. E não se trata só da criação de empregos ou fabricação de produtos. Há também que se considerar o ganho de imagem de empresas com gestão ambiental, de seus funcionários que são mais motivados e responsáveis.

Está chegando o momento em que as preocupações ambientais serão uma obrigação na sociedade.
Aproveite enquanto ainda é um diferencial para se destacar. Experimente!

Fonte: Criatura comunicação - www.criatura.com.br
matéria publicada no Portal Amigos da Natureza

METADE

Metade de mim é razão
a outra é sensibilidade,
metade é paixão,
chama que arde,
fogo que queima,
a outra é paz que acalma,
incenso que perfuma a alma,
devoção que alimenta,
amor que persiste,
água que purifica,
metade de mim é ternura
a outra é loucura,

metade experimenta,
seduz,
enfeitiça,
me faz mulher,
docilmente submissa,
feminina,
metade me leva por seus caminhos,
a outra percorre os meus,
metade se esvazia para eu ser inteira,
esgota-se para me tomar,
metade sangra outra cura,
metade fere outra perdoa,
metade me torna bela,
elegante,
me alegra e faz feliz,
metade divide dias felizes com minhas noites de dor,
Chora para a outra sorrir,
Cala para a outra ouvir,
porque metade de mim anda,
fala,
come,
metade é cor,
luz e magia,
metade tem sabor de desejo
e cheiro de alecrim,
metade dança,
canta,
se faz menino para me encantar,
metade é chuva
a outra metade é sol,
de um lado primavera
do outro outono,
metade se faz berço para eu dormir,
metade noite para embalar meus sonhos,
proteger meu sono.
metade
minha cara metade
meu outro lado
meu eu completo
meu todo.
Que nome você tem?
por Lu Barros

junho 03, 2007

TERNURA, por Eluza barros

De mansinho
chegastes

inesperadamente
sem falar
sem nada dizer
sem pedir licença
fostes entrando e
ficando
aqui dentro de mim
preenchendo minha vida
dando ao meu coração
carinho e amor
ao meu lado
eu te digo que fiques
não precisas falar
nem nada dizer
sem balbuciar
uma única palavra
sem quebrar o encanto
sem despediçar a magia
do teu corpo
no encontro
ao meu
só isso te peço
que permaneça
em mim
para sempre...
eluzabarros/mara c.

junho 01, 2007

Junho... pra começar!!! Um bom vídeo



Texto do vídeo por escrito:
Filtro Solar>>

Senhoras e senhores da turma de 2003: Filtro solar!
Nunca deixem de usar o filtro solar
Se eu pudesse dar só uma dica sobre o futuro seria esta: usem o filtro solar!
Os benefícios a longo prazo do uso de filtro solar estão provados e comprovados pela ciência;
Já o resto dos meus conselhos não tem outra base confiável além de minha própria existência errante.
Mas agora eu vou compartilhar esses conselhos com vocês.
Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da juventude.
Ou, então, esquece... Você nunca vai entender mesmo o poder e a beleza da juventude até que tenham se apagado.
Mas, pode crer, daqui a 20 anos, você vai evocar as suas fotos e perceber de um jeito - que você nem desconfia hoje em dia - quantas tantas alternativas se lhe escancaravam à sua frente, e como você realmente estava com tudo em cima.
Você não está gordo! Ou gorda... Não se preocupe com o futuro.
Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que pré-ocupação é tão eficaz quanto mascar chiclete para tentar resolver uma equação de álgebra
As encrencas de verdade de sua vida tendem vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada, e te pegam no ponto fraco às 4 da tarde de uma terça feira modorrenta
Todo dia, enfrente pelo menos uma coisa que te meta medo mesmo. Cante.
Não seja leviano com o coração dos outros.
Não ature gente de coração leviano.
Use o fio dental.
Não perca tempo com inveja.
Às vezes se está por cima, às vezes por baixo.
A peleja é longa e, no fim, é só você contra você mesmo.
Não esqueça os elogios que receber.
Esqueça as ofenças.
Se conseguir isso, me ensine.
Guarde as antigas cartas de amor.
Jogue fora os extratos bancários velhos.
Estique-se.
Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida
As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam, aos vinte e dois o que queriam fazer da vida.
Alguns dos quarentões mais interessantes que eu conheço ainda não sabem.
Tome bastante cálcio.
Seja cuidadoso com os joelhos.
Você vai sentir falta deles.
Talvez você case, talvez não.
Talvez tenha filhos, talvez não.
Talvez se divorcie aos quarenta, talvez dance ciranda em suas bodas de diamante.
Faça o que fizer, não se auto-congratule demais, nem seja severo demais com você.
As suas escolhas tem sempre metade da chance de dar certo.
É assim pra todo mundo.
Desfrute do seu corpo.
Use-o de toda a maneira que puder, mesmo.
Não tenha medo de seu corpo ou do que as outras pessoas possam achar dele.
É o mais incrível instrumento que você jamais vai possuir.
Dance.
Mesmo que não tenha aonde além do seu próprio quarto.
Leia as instruções, mesmo que não vá segui-las depois.
Não leia revistas de beleza.
Elas só vão fazer você se achar feio.
Dedique-se a conhecer seus pais.
É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez.
Seja legal com seus irmãos.
Eles são a melhor ponte com o seu passado e possivelmente quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro.
entenda que os amigos vão e vem, mas nunca abra mão de uns poucos e bons.
Esforce-se de verdade para diminuir as distâncias geográficas e de estilos de vida, porque quanto mais velho você ficar, mais você vai precisar das pessoas que conheceu quando era jovem.
More uma vez em Nova York, mas vá embora antes de endurecer.
More uma vez no Havaí, mas se mande antes de amolecer.
Viaje.
Aceite certas verdades inescapáveis: Os preços vão subir.
Os políticos vão saracotear.
Você, também, vai envelhecer.
E quando isso acontecer, você vai fantasiar que quando era jovem, os preços eram razoáveis, os políticos eram decentes, e as crianças respeitavam os mais velhos.
Respeite os mais velhos.
E não espere que ninguém segure a sua barra.
Talvez você arrume uma boa aposentadoria.
Talvez case com um bom partido.
Mas não esqueça que um dos dois pode de repente acabar.
Não mexa demais nos cabelos senão quando você chegar aos 40 vai aparentar 85.
Cuidado com os conselhos que comprar, mas seja paciente com aqueles que os oferecem.
Conselho é uma forma de nostalgia.
Compartilhar conselhos é um jeito de pescar o passado do lixo, esfregá-lo, repintar as partes feias e reciclar tudo por mais do que vale.
Mas, no filtro solar, acredite.