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outubro 25, 2007

A tal felicidade

não canso de buscar a tal felicidade
mas estou impregnada de realidade
olho pela janela e o real invade,
levo um tapa, um choque
mas o sonho continua,
a luz das estrelas me faz querer buscar
o sonho de um mundo melhor,
de pessoas melhores,
aquele tal de "paz e amor"
que pelo brilho dos olhos dos casais
sentados na praça,
o sonho que está no papel não amassa
bebo meu vinho com a intenção de esquentar meu coração,
de agasalha-lo do frio que me invadiu pela janelado frio,
da solidão, da ilusão
preciso de mais fé em mim,
em todos, em tudo,
enganarmos de vez em quando é muito interessante
enganarmos de tristeza,
de ilusão,
de ódio,
so para depois olhar no espelho e dizer:-não,
desculpe foi um engano,
é alegria,
esperança,
é amor.
amor trazido ao meu ouvido
pelo canto cupido do beija-flor
esperança,trazida pelo olhar de uma criança
acompanhado de um sorriso de quem ganhou um pirulito
e a alegria que contagia e nos faz ver que a nossa própria companhia é a melhor em alguns momentos,
precisamos estar sozinhos,
parar e pensar no que podemos ser e fazer para se ter um mundo melhor
mas quero alguém que me faça sentir
que sorrir é o remedio
para que eu faça a minha parte
e conserte o desastre em que estamos
quero viver quero você,
quero eu minha felicidade
quero buscar dentro de mim o que vocês chamam de alegria
e exteriorizar -se quando isso fizer,
não for o que vocês esperam,
sinto muito mas essa é a minha
tal felicidade.
Jeniffer Santos
(19 anos de idade)

outubro 23, 2007

A Felicidade


Tristeza não tem fim
Felicidade, sim
A felicidade é como a pluma

Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar
A felicidade do pobre parece

A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
E tudo se acabar na quarta feira
Tristeza não tem fim Felicidade, sim
A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor
A minha felicidade está sonhando

Nos olhos da minha namorada
É como esta noite
Passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos de amor
Tristeza não tem fim

Felicidade, sim

Antonio Carlos Jobim
Vinicius de Morais

SER FELIZ É CORRER RISCOS


Feliz é aquele que saboreia quando come, enxerga quando olha, dorme quando deita, compreende quando reflete, aceita-se e aceita a vida como ela é.
Há quem diga que felicidade depende, antes de tudo, de bastar-se a si próprio; de não depender de ajuda, de opinião e, sobretudo, de não se deixar influenciar por ninguém.
Será mesmo? Você pode imaginar uma pessoa assim?
Lao Tzé dizia: "Grande amor, grande sofrimento; pequeno amor, pequeno sofrimento; não amor, não sofrimento".
Pode imaginar você um homem sem paixão, sem desejos? A felicidade, entendida assim, não seria apenas um engôdo, algo contra a natureza humana?
Evidentemente! Sem amor, sem paixão, que sentido teria a existência?
A felicidade é proporcional ao risco que se corre. Quem se protege contra o sofrimento, protege-se contra a felicidade.
Quem se torna invulnerável, torna sem sentido a existência.
O homem feliz aceita ser vulnerável. O homem feliz aceita depender dos outros, mesmo pondo em risco sua própria felicidade.
É a condição do amor e de todas as relações humanas, sem o que a vida não teria sentido.


Jean Onimus

Felicidade



Felicidade não tem peso,

nem tem medida,

não pode ser comprada,

não se empresta,

não se toma emprestada,

não resiste a cálculos,

porque não material,

nos padrões materiais do nosso mundo.

Só pode ser legítima.

Felicidade falsa não é felicidade,

é ilusão.

Mas, se eu soubesse fazer contas na medida do bem,

diria que a felicidade pode ter tamanho,

pode ser grande,

pequena,cabendo nas conchas da mão,

ou ser do tamanhão do mundo.

Felicidade é sabedoria,

esperança,

vontade de ir,

vontade de ficar,

presente, passado, futuro.

Felicidade é confiança:fé e crença,trabalho e ação.

Não se pode ter pressa de ser feliz,

porque a felicidade vem devagarinho,

como quem não quer nada.

Ser feliz não depende de dinheiro,

não depende de saúde,nem de poder.

Felicidade não é fruto da ostentação,

nem do luxo.

Felicidade é desprendimento,

não é ambição.

Só é feliz quem sabe suportar, perder, sofrer e perdoar.

Só é feliz quem sabe,

sobretudo,

amar


Wanderlino Arruda

outubro 21, 2007

Felicidade Realista


De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz.
Não é tarefa das mais fáceis.
A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica, a bolsa Louis Vuitton e uma temporada num spa cinco estrelas.
E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando.
Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo.
Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão.
Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.
Por que só podemos ser felizes formando um par, e não como ímpares? Ter um parceiro constante não é sinônimo de felicidade, a não ser que seja a felicidade de estar correspondendo às expectativas da sociedade, mas isso é outro assunto.
Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com três parceiros, feliz sem nenhum.
Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo.
Não perder tempo juntando, juntando, juntando.
Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado.
E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.
Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno.
Olhe para o relógio: hora de acordar.
É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente.
A vida não é um game onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio.
Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade.
Se a meta está alta demais, reduza-a.
Se você não está de acordo com as regras, demita-se.
Invente seu próprio jogo.
Martha Medeiros

outubro 19, 2007

"Carta ao Vento"




Ele disse que eu escrevia
como o vento.
E tudo o que eu queria
era invadir sua alma,
impregná-la com minha presença,
tão suave e sutilmente
que ele nem se daria conta.
De uma maneira que ele pudesse
até esquecer meu nome,
mas que a lembrança de um vento
invadindo a alma
fosse tão indelével que não houvesse nem
mesmo como nomeá-la.
Queria que minhas palavras
ecoassem em seu coração
sem que importasse a autoria.
Sutil como um perfume
que sentimos de repente
e que nos transporta para um não sabemos onde,
nem quando...
Mas para algum lugar que nos enleva.
Quando os olhos se fecham querendo
resgatar aquele sentimento que invade...
Que simplesmente invade,
com um prazer sugerido,
deixando escapar um suspiro anônimo.
A visão de um rosto na multidão
que se perde em promessas
nunca cumpridas.
Você escreve como o vento.
Ele me disse.
(de autoria desconhecida)

outubro 17, 2007

O beijo e a lambida, por Edson Marques


Sou poeta, sou macio, sou redondo e pequenino.

Sou criança, inocente.

Tenho a pele delicada, sou feito para o beijo e a ternura.

Para o afago e a carícia.

Se me envolvem com verdades e doçura,

com poesia e com romance,

eu me deixo conduzir alegremente.

Dou a minha mão com a mesma facilidade com que dou a minha alma.

Dou-me todo, viro anjo sensual.

Mas, se por acaso me enganam e tentam me explorar;

se me mordem, eu reajo feito a salamandra de pele áspera.

Viro veneno.

Se me oprimem e me engolem por maldade,

produzo toxina fulminante.

E como sou grande por dentro,

eu me salvo de quem me prende,

e saio de novo para a Vida,

louco e livre, como sempre.

E volto a ser gostoso, bem macio, poeta, doce, pequenino

– e pronto outra vez para o beijo e a lambida,

para o afago e a ternura.


Edson Marques

Soneto aos Nubentes, Eduardo e Carolina


11 de outubro de 2007,

Filhos, fazei de vossa casa um lar
E deste Lar fazei um duplo altar:
O altar do Sacrifício, e do Incenso
Naquele há sempre fogo, e neste, luz.

Queimai no Sacrificio as amarguras,
Carências e tristezas, - se existirem.
Ao Incenso levai a Gratidão,
A súplica e a Prece - a adoração.
Não seja o vosso Coração, Piscina
ao alcance de estranhos malfeitores,
que contaminam a fé, a crença e o amor.

Abençoado seja o vosso enlace.
E bem-aventurados sejam vossos filhos,
E reine em vosso lar a Paz Divina.

Vô Elias Sabino

outubro 15, 2007

Um menino, um piano

Amigos, assistam na quinta-feira, dia 18/10, a entrevista do pianista Vitor Araújo no Programa do Jô na rede globo de televisão, trata-se de um jovem pernambucano com futuro promissor na área musical instrumental, de quem com muito orgulho sou tia e amiga. Vale a pena conferir e divulgar.


Virtuosa Molecagem (por Ana Paula Sousa)

Entre os muitos instrumentistas que subiram e desceram as ladeiras de Olinda (PE) na primeira semana de setembro estava um rapaz miúdo, 18 anos recém-completados, olhos que parecem mirar o horizonte. Convidado para os concertos da Mostra Internacional de Música de Olinda (MIMO), o recifense Vitor Araújo era aprendiz entre artistas como Isaac Karabtchevsky, Antonio Menezes, Egberto Gismonti e Dang Thai Son (pianista vietnamita). Mas seu piano moleque lotou o Convento São Francisco, no sábado 8, e deixou a platéia afoita. Se não tem a excelência dos colegas, Araújo tem de sobra uma capacidade: fazer o piano soar humano, simples. Durante o concerto, quase entortou as paredes da igreja habituada ao silêncio. Diante do altar refletido no piano de cauda, mexia os pés como se fosse clown, batucava na madeira como se fosse Naná Vasconcelos e conversava com o público. No repertório, peças de um arco amplo, como Villa-Lobos, Chico Buarque e uma melódica composição própria, trilha de um curta-metragem pernambucano. Tudo com notas e escalas imprevistas. Não à toa, teve as estripulias transformadas em polêmica. No ano passado, o compositor Marlos Nobre ameaçou processá-lo na Justiça por conta dos improvisos que desmontaram a partitura original."Você acredita? Já imaginou como o juiz ia ter que julgar isso? Ia dizer assim: Acusado de tocar o ré errado', ele brinca. Em Olinda, pôs um espectador para tocar com ele, numa brincadeira que soou bonita, e fez coro com a igreja. "Se vocês forem afinados, vai ficar lindo". Tocou um dó. Depois um si. E mandou o público entoar as duas notas num "ah" alongado. Ficou lindo.




"Quero mostrar que todo mundo pode fazer música. A distância que a música erudita cria é muito chata. A arte, pra mim, é inerente ao ser humano, então fico feliz de fazer o público perceber isso. A música racional demais, pra mim, não é arte não", diz, juvenil, sorridente. Sobre os improvisos, repete uma resposta ensaiada: "Não sou eu, é meu dedo".Começou a estudar piano clássico aos 10 anos e hoje faz faculdade de música. Começou a brincar de notas pretas e brancas com o público em novembro de 2006, no Teatro Santa Isabel (Recife), e vem ganhando fama. Em dezembro, com o patrocínio da prefeitura, gravará o primeiro DVD. "De repente, começou a aprecer uma coisa e outra. Fui convidado pelo Unicef pra tocar no Palácio do Planalto. Vir aqui foi demais. Além de tocar, conheci um bocado de músicos que, meu Deus, são muito bons". O nome dos ídolos, tem na ponta da língua. Gismonti é o "grande mestre". André Mehmari, o "gênio" da nova geração.O que ele não ouviu foi o sabiá que, enquanto tocava uma canção de Lenine, piou forte à porta da igreja. Vitor teria adorado saber que até o passarinho resolveu participar.Carta Capital, 19 de setembro de 2007, ano XIII, nº 462.