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maio 25, 2008


Sou música penetrando-me a consciência do agora,

sou o sol lá fora sobre o canto das águas;

sou meu lado esquerdo, minha parte, meu todo;

sou sangue, desejo, emoção;

sou filho de mim — e profeta que me anuncia;

sou lembranças gostosas povoando este lugar;

sou o próprio fogo que me aquece com imagens que ainda vou ter;

sou a manhã,

sou hoje, maçã, caramelo, açúcar, desejo, ciência, perfume, delito — e canção;

sou azul, coração, noite, madrugada, vinho, cerejas, orvalho e barulho do mar;

sou os primeiros violinos que agora se mostram com todo vigor, o próprio Beethoven que


chega regendo essa orquestra que tenho no peito;

sou Vangelis, que num simples silêncio se vai,

sou agora Narciso, sou Nabuco — e o lindo coro dos escravos hebreus.

(Edson Marques)

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