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setembro 15, 2010

Soneto a Lua

Por que tens, por que tens olhos escuros

E mãos lânguidas, loucas e sem fim

Quem és, que és tu, não eu, e estás em mim

Impuro, como o bem que está nos puros?


Que paixão fez-te os lábios tão maduros

Num rosto como o teu criança assim

Quem te criou tão boa para o ruim

E tão fatal para os meus versos duros?


Fugaz, com que direito tens-me presa

A alma que por ti soluça nua

E não és Tatiana e nem Teresa:


E és tão pouco a mulher que anda na rua

Vagabunda, patética, indefesa

Ó minha branca e pequenina Lua!

Vinicius de Moraes.

Rio, 1938

Um comentário:

Laiali Safa disse...

haha, que coincidênciia! Hg na escola, aprendi oq é soneto! e a profe falou de um poema lindo do Vinicus de Moraes! Fiquei doida atrás do poema, mas, fiquei sem tempo!
Bjoos.
www.laialisafa.tk
www.jorgelongatto.tk