Para iniciar o ano nada melhor do que mergulhar no texto de Henry de Toulouse, revisar nossos valores e comportamentos, imprimir um toque de elegância no "eu" e viver a vida intensamente... . Aos amigos e leitores de "assimsimplesmenteeu", aos meus "seguidores", aos novos amigos de 2010, desejo um ano de luz, paz, amor e muita elegância ao estilo "Toulouse-Lautrec".
Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara
a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há nenhuma festa nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.
Nas pessoas que escutam mais do que falam.
E quando falam, passam longe da vida alheia, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao dirigirem-se a opositores, por exemplo.
Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está a falar e só depois manda dizer se está ou não está.
Oferecer flores é sempre elegante.
É elegante não ficar espaçoso demais.
É elegante você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para fazê-lo...
porém, é elegante reconhecer o esforço, a amizade e as qualidades dos outros.
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em conversas informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.
É elegante o silêncio, diante de uma rejeição...
Apelidos, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.
É elegante a gentileza.
Atitudes gentis falam mais que mil imagens...
Abrir a porta para alguém é muito elegante...
Dar o lugar para alguém sentar... É muito elegante...
Sorrir sempre é muito elegante e faz muito bem à alma...
Oferecer ajuda... é muito elegante...
Olhar nos olhos, ao conversar é essencialmente elegante...
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.
A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver,
que independe de status social: Se os amigos não merecem uma certa cordialidade,
os desafetos é que não irão desfrutá-la.
HENRI DE TOULOUSE
*Henri de Toulouse-Lautrec ficou famoso como artista boémio do Moulin Rouge. Ele captou o espírito e a emoção da "belle époque" em Paris, através das suas gravuras.
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