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maio 25, 2010

Chuva de Verão

Que luz! O mundo limpo depois da chuva
rebrilha suas cores contra o céu todo plúmbeo de um tom cinzazul quase indizível.
Por onde se filtra essa luz que deixa as coisas assim tão cheias de si, exatas e sem sombras?
Sei lá! Tratei de fotografar.
Se fosse um crente, louvava,
se fosse um índio, dançava.
Eu, do jeito que sou, fotografei, vivo do mesmo fervor.
E depois vim escrever isto, que ainda hei de polir até virar lente para os teus olhos de leitor.
E se você me perguntasse se estou feliz,
eu responderia sem titubear que eu sou feliz por vocação,
porque ver a vida me alimenta,
ainda que o convívio às vezes me aflija, me confunda, me entristeça.
E se você insistisse em saber que bicho eu sou,
eu diria que uma mistura impossível de gato malicioso e cachorro bobão:
se deixar, eu fujo;
se me encurralar, eu mordo.
Ou um peixe fora d'água - que precisa ao menos de uns mergulhos no mar e um pouco de sol para sobreviver.
Só que não pára de chover...
Não pára de chover.
Chuva de verão

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