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maio 30, 2007
A genial idéia de fatiar o tempo
maio 26, 2007
UM GRITO DE SOCORRO
ecoam nos meus ouvidos seus gritos de socorro, acompanho de longe seus sofrimentos e intimamente choro suas dores. Oro por vocês que se obrigam a viver em cárceres privados, sepultadas vivas em suas mortalhas, pela violência doméstica a que são submetidas.
Peço um país humano, sem violências, obediente as regras dos direitos humanos, pelo respeito dos homens a suas mulheres e crianças, pelo fim da opressão, pela retirada de suas mortalhas, pelo fim de seus lamentos, pelo sorriso estampado em suas faces de meninas, pela retomada da fé de seu povo.
Eluza Barros.
Em homenagem a elas deixo aqui um poema de autoria desconhecida que retrata bem esse grito de socorro:
Eles me fizeram prisioneira em grilhões e correntes
Diga-me, como suportar minha raiva e furor?
Na indigência e miséria eu sigo nessa vida
Desespero, medo, aspereza
Ninguém ouve meus lamentos, ninguém divide meu tormento
Essas regras não podem me deter, eu vou desafiar e lutar
Para alcançar a alvorada da liberdade, eu busco a luz da justiça
MARIA DE TODAS AS MARIAS
Será Miriam, será das dores, dos partos, da vida fácil da vida difícil, do dia a dia, dos campos áridos, da terra alheia, será Maria aparecida no rosto da mãe, da companheira, das filhas, será desaparecida na multidão dos desfigurados de uma pátria madrasta.
Será Maria das Madalenas das esquinas e prostíbulos, será Maria mãe solteira, de messias magros crucificados nos próprios ventres maternos, pela fome e pela falta de assistência.
Será Maria todas as meninas nascidas, laçadas pelo descaso do se país, nascidas laçadas pelos pés, pelos pulsos, pelo ventre, vendidas em mercadoria de sexo, barata. Será Maria as meninas das ruas e dos sinais. Da Penha, da Glória, da Assunção, Anunciada, três vezes admirada, explorada, eterna Maria, mãe de tantas mães, filha de tantas filhas.
Jamais serás rainha enquanto tuas filhas são alugadas escravas, jamais serás entronizadas em palácios luxuosos enquanto um só de teus filhos amados, figuras do próprio Jesus, viver ao relento sob as marquises, sujas calçadas urbanas entre dejetos e ratos, jamais te sentirás satisfeita ou venerada enquanto a graça, a grande graça de teu filho não for verdadeiramente espalhada entre os povos, e todos forem tratados como irmãos e irmãs.
Onde está aquela jovem judia, de uma aldeiazinha perdida na poeira dos tempos, que nem nos mapas oficiais aparecia? Aquela menina, herdeira de Rute, Raquel. Rebeca e Sara, que nas veias e artérias corria o sangue quente dos profetas, onde estará/ Onde estará aquela que, desafiando a sociedade opressora da sua época, ousou enfrentar as estruturas patriarcais e assumiu uma gravidez escandalosa? Onde está aquela que diante dos senhores dominadores anunciou a desgraça dos ricos e poderosos?
Temo por ti ó Maria, engessada nesta estruturas eclesiásticas, carregada por mãos e mãos às vezes não tão santas e que por ti fazem "milagres', temo pelas tantas e tantas aparições a multidões desejosas de resolver seus problemas e suas carências pela magia, temo pelo que fazem a ti... , na verdade temo por nós mesmos, rogo pela nossa igreja e pelo nosso país.
Mas, é Maio. Encontro-me entre as trabalhadoras, operárias desempregadas. Entre as mulheres nas longas marchas pela terra. Encontro-me no coração cansado das famílias que só tem a fé para comer e beber e continuar vivendo.
Encontro-me latina, de face morena, nos movimentos dos índios peruanos, dos mexicanos, dos nossos povos da mata. Mas é Maio, e o mês tem teu rosto, tua esperança, tua cor, e teu perfume, teu suor, tem a esperança de esperar um filho, teu filho... .
maio 23, 2007
O PRINCÍPE
No primeiro dia da primavera ele chegou.
Chegou com as flores e o tímido brilho do sol.
Chegou de mansinho, sem ruídos,
sem fazer alarme,
assim como costuma fazer até hoje.
Se ali o tempo congelasse
não teria tido dores no meu caminho,
porque nem dores ele trouxe consigo,
somente alegrias.
Minha busca, meu ideal, meu sonho,
estava concretizado,
só não poderia supor que
com a primavera
nascia um príncipe
e que ela o me trazia por suas mãos.
O Príncipe surgia com tanta beleza
e tantas riquezas pessoais
descobertas à medida dos anos
que só poderíamos imaginar em lordes refinados
com os quais fantasiamos a vida inteira.
Eu mera mortal mãe de um lorde.
Alguém que abriga os mais puros sentimentos,
que não fere, mas cura as feridas,
perdoa o que se imagina imperdoável,
simples em seu comportamento elegante,
do tipo que abre portas para a “lady” passar,
que oferece rosas e lembra de datas especiais
presenteando com seu doce sorriso
e afago de mãos carregadas de carinho.
Que vê tudo como realmente se apresenta,
sem fantasias mantém os pés no chão, mas,
não deixa de lado seus sonhos sem a luta necessária
à consecução de seus desejos.
Príncipes, são assim?
Suponho que sim, porque príncipes são superiores
sem se imaginarem ser.
São bonitos, ternos e sábios.
Sensíveis encantam-se com o sol, com o belo, com a natureza.
São amáveis, tolerantes e justos.
Naquela primavera,
naquele 23 de setembro,
nascia um príncipe.
Príncipes não são imaginários como pensamos,
são de carne e osso,
apesar de saírem de contos de fadas,
cruzarem as florestas em seus cavalos brancos,
expulsarem as bruxas más
e com um beijo acordar princesas adormecidas.
Meu príncipe é real.
Meu príncipe tem sua princesa,
bem ao seu estilo,
única em sua vida.
Sua primeira namorada e
será para sempre,
também como nos contos de fadas,
o final será feliz
e viverão juntos para sempre.
Meu príncipe tem nome e sobrenome,
nome de príncipe,
de lorde inglês,
daquele que joga tênis,
escuta Bach e se delicia em suas paixões,
o nome dele tem como significado:
próspero, guardião das riquezas, riquezas do ser, da alma.
Eu o chamo ... meu filho
filho do amor, da paz.
Príncipe de minha vida.
Estarei ao seu lado
todos os dias
até a eternidade...
maio 19, 2007
Instante, apenas um instante
em queda lenta no esconderijo
Paredes frágeis,
Vozes ecoam ao longe, imperceptíveis,
mãos buscam
Frágil olhar,
desliza sobre a luz tênue,
névoa opaca que se dissipa.
Sonhos, projetos, alegrias, esperanças vãs,
peças sem encaixes,
fora do lugar
Sentimentos fluídos,
transparentes.
Encontro da alma,
Se eu não tiver amor
serei como um metal ou
um címbalo que retine,
Nada serei,
se eu não tiver amor.
Ainda que eu tenha o dom de profetizar,
e conheça todos os mistérios, toda a ciência,
Ainda que eu tenha tamanha fé que transporte montes,
Ainda assim nada serei,
se não tiver amor.
maio 14, 2007
MUDE
Não gosto da mesmice, do igual, do rotineiro.
Porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os seus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetase portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama... depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de TV, compre outros jornais ...
leia outros livros, viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias. Tente o novo todo dia.
O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.
A nova vida.
Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais,vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros,visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhorese coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda!
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!!!!
maio 12, 2007
todos os dias é dia das mães
Mama,
SUPERMÃE
Queria contar uma história
De uma pessoal especial.
De alguém que não sente frio nem medo,
Nem se importa se esta vestida ou calçada.
Alguém que não sente fome nem dorme
E que nem doente se deixa ficar.
Queria um personagem diferente,
Desses que não se encontram por aí.
Um misto de super herói de quadrinhos
Ou quem sabe um X-man 5ª geração.
Procurei,Procurei,Procurei,
Mas não encontrei a inspiração.
Até que cansada, desisti
E pra cama, resignada, fui me deitar.
Eis então que a inspiração chegou!
Com um prato com biscoitos
E um copo de leite quente:
- Tome, minha filha! Amanhã será bem melhor que hoje.
Sorrindo, agradeci e concordei.
Tinha descoberto meu super herói.
Todas as qualidades que eu queria,
Estavam bem ali: Na figura da minha Mãe.
A todas as mães, que pensam que nada são, mas que são o mundo pra muitas pessoas.
Claudia Nunes Ribeiro
maio 09, 2007
A mãe das mães uma oração
MARIA,
DOCE OLHAR SERENO,
CHEIO DE HUMILDADE,
FACE ILUMINADA,
RUBRA E PÁLIDA COMO AS ROSAS,
LUZ CRISTALINA,
MÃE DO SILÊNCIO,
MULHER DE FÉ,
DE FIBRA,
REVESTIDA DE SOL,
SENHORA DO MUNDO,
MARIA ENTRE AS MARIAS,
AVE MÃE,
AVE MARIA,
REPOUSA TEU OLHAR EM NÓS TEUS FILHOS,
FAZ-NOS SIMPLES COMO TU ÉS,
DÁ-NOS UM CORAÇÃO PURO COMO O TEU,
AUMENTA NOSSA FÉ.
MÃE COBRE-NOS COM TEU MANTO SAGRADO,
PROTEGE-NOS DAS CILADAS DO INIMIGO,
CONDUZ-NOS PELAS VEREDAS QUE NOS LEVA AO FILHO... AO PAI,
MARIA,
MULHER ILUMINADA,
MAGNÂNIMA,
NA TUA SIMPLICIDADE RESPLANDECE TEU PODER SOBERANO.
OBRIGADA MARIA,
OBRIGADA MÃE,
PORQUE ATRAVÉS DE TEU “SIM” NASCEU O SALVADOR DO MUNDO,
OBRIGADA, MÃE QUERIDA,
PORQUE COM O PAI E O FILHO TU NOS ACOLHES EM TEUS BRAÇOS.
TEU NOME É BENDITO E SERÁ LEMBRADO POR TODAS AS GERAÇÕES.
AMÉM.
(Lu Barros)
maio 05, 2007
Por Drummond de Andrade
Também, que idéia a sua: andar a pé, margeando a Lagoa Rodrigo de Freitas, depois do jantar.
O vulto caminhava em sua direção, chegou bem perto, estacou à sua frente.
Decerto ia pedir-lhe um auxílio.
— Não tenho trocado. Mas tenho cigarros. Quer um?
— Não fumo, respondeu o outro.
Então ele queria é saber as horas.
Levantou o antebraço esquerdo, consultou o relógio:— 9 e 17... 9 e 20, talvez.
Andaram mexendo nele lá em casa.
— Não estou querendo saber quantas horas são. Prefiro o relógio.
— Como?
— Já disse. Vai passando o relógio.
— Mas ...— Quer que eu mesmo tire? Pode machucar.
— Não. Eu tiro sozinho. Quer dizer... Estou meio sem jeito. Essa fivelinha enguiça quando menos se espera. Por favor, me ajude.
O outro ajudou, a pulseira não era mesmo fácil de desatar. Afinal, o relógio mudou de dono.
— Agora posso continuar?
— Continuar o quê?
— O passeio. Eu estava passeando, não viu?
— Vi, sim. Espera um pouco.
— Esperar o quê?
— Passa a carteira.
— Mas...
— Quer que eu também ajude a tirar? Você não faz nada sozinho, nessa idade
Não é isso. Eu pensava que o relógio fosse bastante. Não é um relógio qualquer, veja bem. Coisa fina. Ainda não acabei de pagar...
— E eu com isso? Então vou deixar o serviço pela metade?
— Bom, eu tiro a carteira. Mas vamos fazer um trato.
— Diga.
— Tou com dois mil cruzeiros. Lhe dou mil e fico com mil.
— Engraçadinho, hem? Desde quando o assaltante reparte com o assaltado o produto do assalto?
— Mas você não se identificou como assaltante. Como é que eu podia saber?
— É que eu não gosto de assustar. Sou contra isso de encostar o metal na testa do cara. Sou civilizado, manja?
— Por isso mesmo que é civilizado, você podia rachar comigo o dinheiro. Ele me faz falta, palavra de honra.
— Pera aí. Se você acha que é preciso mostrar revólver, eu mostro.
— Não precisa, não precisa.— Essa de rachar o legume... Pensa um pouco, amizade. Você está querendo me assaltar, e diz isso com a maior cara-de-pau.
— Eu, assaltar?! Se o dinheiro é meu, então estou assaltando a mim mesmo.
— Calma. Não baralha mais as coisas. Sou eu o assaltante, não sou?
— Claro.
— Você, o assaltado. Certo?
— Confere.
— Então deixa de poesia e passa pra cá os dois mil. Se é que são só dois mil.
— Acha que eu minto? Olha aqui as quatro notas de quinhentos. Veja se tem mais dinheiro na carteira. Se achar uma nota de 10, de cinco cruzeiros, de um, tudo é seu. Quando eu confundi você com um, mendigo (desculpe, não reparei bem) e disse que não tinha trocado, é porque não tinha trocado mesmo.
— Tá bom, não se discute.
— Vamos, procure nos... nos escaninhos.
— Sei lá o que é isso.
Também não gosto de mexer nos guardados dos outros.
Você me passa a carteira, ela fica sendo minha, aí eu mexo nela à vontade.
— Deixe ao menos tirar os documentos?
— Deixo. Pode até ficar com a carteira. Eu não coleciono. Mas rachar com você, isso de jeito nenhum. É contra as regras.
— Nem uma de quinhentos? Uma só.
— Nada. O mais que eu posso fazer é dar dinheiro pro ônibus. Mas nem isso você precisa. Pela pinta se vê que mora perto.
— Nem eu ia aceitar dinheiro de você.
— Orgulhoso, hem? Fique sabendo que tenho ajudado muita gente neste mundo.
Bom, tudo legal.
Até outra vez.
Mas antes, uma lembrancinha.
Sacou da arma e deu-lhe um tiro no pé. Crlos
Texto extraído do livro "Os dias lindos".
maio 03, 2007
DEVANEIOS
DevaneioS
LUGAR ONDE AS LUZES DA NOITE FOSSEM AS ESTRELAS..
LÁ EM CIMA UMA CASINHA DE MADEIRA,
UMA SALINHA ABRIGA UMA PEQUENA BIBLIOTECA
PRATELEIRAS REPLETAS
ÁRVORES CENTENÁRIAS COBREM OS CAMPOS,
SOMBRAS GIGANTESCAS AMENIZAM DIAS QUENTES DE VERÃO..
A TARDINHA TRAZ A BRISA MORNA,
UFOS DE VENTOS ESPALHAM FOLHAS SECAS QUE TAPETEAM O CHÃO
CHEIRO DAS FLORES.
ESMAECE O SOL... VEM O ENTARDECER
FIM DO DIA, UMA PRECE...
A NATUREZA REZA A AVE MARIA..