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agosto 17, 2009

Cartas

As cartas de amor deveriam ser fechadas com a língua;

Beijadas antes de enviadas.

Sopradas.

Respiradas.

O esforço do pulmão capturado pelo envelope, a letra tremendo como uma pálpebra.

Não a cola isenta, neutra,

Mas a espuma, a gentileza, a gripe, o contágio.

Porque a saliva acalma um machucado.

As cartas de amor deveriam ser abertas com os dentes.

(Fabrício Carpinejar)

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